Opinião
A perspetiva global informa-nos que o cancro de cabeça e pescoço é diagnosticado em cerca de 3000 portugueses por ano. Informa-nos também que, quando diagnosticado numa fase precoce, em estadios localizados, tem uma probabilidade de cura de 80 a 90% com uma modalidade de tratamento. Falamos de cirurgia ou radioterapia. Por sua vez, quando diagnosticado numa fase localmente avançada, a probabilidade de cura baixa para cerca de 50%, com tratamentos multimodais mais agressivos e com sequelas importantes. Infelizmente, em Portugal, a maioria dos 3000 novos casos/ano são diagnosticados nesta fase. É por isso que esta doença mata três pessoas, em Portugal, por dia.
Quando pensamos em procedimentos estéticos na face, a imagem que mais frequentemente nos vem à cabeça é o nariz. E não é por acaso: é que, de facto, a rinoplastia é dos procedimentos cirúrgicos mais realizados na face, mas nem sempre o mais adequado nem o único possível para corrigir o nariz. Mas isso nem todos sabem, ainda.
As 1.ªs Jornadas de Vertigem para Medicina Geral e Familiar (MGF) do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) realizaram-se no dia 5 de novembro, no Hospital de São José. A ideia de organizar estas Jornadas surgiu na sequência dos múltiplos pedidos de estágio em Otorrinolaringologia (ORL) solicitados ao diretor do Serviço de ORL por parte dos médicos de MGF. Durante a passagem pelas várias valências que o Serviço tem a oferecer, foi sempre óbvio o enorme interesse em passar algum tempo na Consulta de Perturbações do Equilíbrio.
No fim dos anos noventa do século passado surgiu a capacidade de se efetuarem rastreios auditivos em recém-nascidos de um modo simples, sensível e com relativa especificidade. Em Portugal o panorama não era brilhante, o diagnóstico de surdez infantil era geralmente tardio e o rastreio sistemático era apenas efetuado aos recém-nascidos com fatores reconhecidos de alto risco, sobretudo ligados à grande prematuridade e surdez familiar já reconhecida.
A audição é um dos sentidos mais relevantes, assumindo um papel fundamental na aquisição da linguagem, no desenvolvimento cognitivo e na integração social da criança. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a surdez é uma das anomalias congénitas mais frequentes, com uma incidência de um a cinco por cada 1000 recém-nascidos (RN), o que per si justifica o rastreio auditivo a todos os RN.